sábado, 31 de outubro de 2009

O artista plástico angolano António Ole é um dos destaques do Simpósio Recife-Luanda


Um dos destaques do “Simpósio Internacional Recife – Luanda: Perspectivas para a Cooperação Trilateral Brasil + África + Alemanha”, promovido pelo Centro Cultural Brasil-Alemanha e a Universidade Federal de Pernambuco, entre os dias 9 e de novembro, será a presença do artista plástico António Ole. Ele fará palestra intitulada “Luanda – Uma Leitura Artística”, na quinta-feira (12), às 8h30, no dia em que o evento elege para reflexão o tema “Arte e Cultura Urbana na África”.

Artista múltiplo, Ole nasceu em 1951, em Luanda, Angola. Em seu país e em sua gente, encontrou diversidade de materiais expressivos e fonte inesgotável de inspiração. É não é à toa que é lá onde vive e trabalha até hoje. É considerado uma das mais importantes referências da cultura africana contemporânea e tem renomada carreira como pintor e escultor. Sua primeira exposição remete ao ano de 1967.
Ole é descendente de família portuguesa e angolana. Talvez, por essa razão tenha dito, certa vez, que o seu trabalho resulta do encontro dessas duas culturas – a cultura africana e a cultura europeia. “Isso é enriquecedor, nunca achei que reduzisse qualquer capacidade. Nem constitui nenhum dilema existencial, porque, no fundo, além desse fato de ser angolano e de viver em Angola, eu sinto-me um cidadão do mundo e, ao sentir-me cidadão do mundo, estou sempre permeável a muitas coisas que estão a passar-se noutros pontos do globo e não só, necessariamente, ao que me atinge ou me toca no meu aquário, no meu bairro”.

Em mais de quatro décadas de carreira artística, António Ole passeou não só pelas artes plásticas. Todos os nuances culturais com que vai se defrontando vão lhe chamando a atenção ao longo de sua vida criativa. Ainda em 1974, fez parte da equipe do “Contrato Popular”, um programa radiofônico; em 1975, participou, na Televisão Popular de Angola, da cobertura das celebrações do 11 de Novembro em Luanda (Dia da Independência de Angola); nesse mesmo ano, formou-se no American Film Institute, em Los Angeles (EUA); entre 1981 e 1985, estudou cultura afro-americana e cinema na Universidade da Califórnia, também nos Estados Unidos, onde obteve o diploma do Center for Advanced Film Studies.

Criador inquieto, dirigiu vários documentários e vídeos, entre os quais “Os Ferroviários”, “Aprender”, "Carnaval da Vitória”, e o filme “Ngola Ritmos” sobre o grupo musical angolano de mesmo nome, dos anos 50, que só veio a ser exibido 11 anos depois de sua realização, em função dos conflitos entre o líder da banda e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
O artista angolano Olé também se expressou por meio de outras técnicas, a exemplo da colagem e das instalações contemporâneas.

Sua estreia internacional aconteceu em 1984, no Museum of African Art, em Los Angeles. A partir daí, os seus trabalhos foram mostrados em importantes exposições internacionais e em bienais. Já expôs em Havana (1986, 1988, 1997), São Paulo (1987), Sevilha (1992), Berlim (1997), Joanesburgo (1995 e 1997), Dakar (1998), Amsterdã(2001) e Veneza(2003).

http://www.ccba.com.br/asp/cultura_texto.asp?idtexto=1188

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